quinta-feira, 7 de julho de 2011

RESUMO HISTÓRICO DO MOVIMENTO NACIONALISTA NOS ÚLTIMOS 50 ANOS

PARTE 3: 1965/1966
         No princípio de 1965, os militantes profissionais do movimento comunista, de todas as cores e matizes, já haviam reassumido as suas atividades.
O PCB era atingido por críticas de todos os lados e como a classe média ainda andava de namoro aberto com o novo regime, a opção eleita pelo partidão, foi a de ativação quase que unicamente no campo cultural¸ pois havia se desmoralizado junto às camadas trabalhadoras  e continuava sendo achincalhado pelo fracasso que obteve, defendendo a sua famosa via pacífica de ascensão ao poder.
O PC do B, por outro lado comemorava e garantia ter sido a sua opção a única correta. Por um vazamento ou outro, chegavam notícias de que a Direção do Partido (o PC do B) estava selecionando algumas áreas para a eclosão de guerrilhas rurais. Existiam dúzias de locais já levantados e a turma da linha chinesa se vangloriava do fantástico contingente de quadros que havia formado nos últimos anos nas academias militares da China, Albânia e outros lugares onde tinha crédito. Diziam alguns que até oferta para formar pilotos de Migs eles haviam recebido da Coréia do Norte, só não se sabia bem a partir de que aeroporto iam decolar as esquadrilhas de  jatos do PC do B.
  Brizola continuava prometendo guerrilhas e mais guerrilhas, pouco se importando que não tivessem viabilidade alguma. Sua preocupação principal era a de justificar os donativos e verbas Cubanas.
Em março de 1965, Brizola empurrou para uma aventura brancaleonesca o Coronel Jeferson Cardin. Sofreu fragorosa derrota, mas continuou  sem interrupção seu guerrilheirismo incontrolável que desembocaria dois anos depois no desastre de uma nova tentativa, desta vez no Espírito Santo, em Caparaó.
         O Jovem Movimento Nacionalista, como não tinha donos nem tutores. Teve sorte e azar. Em contra ponto a desvantagem de não ter experiência que lhes tivesse sendo transmitida, teve a vantagem (sem par) de usufruir da liberdade ilimitada de Ler, pensar e discutir o que quisesse. Não havia índex e nenhuma idéia ou livro era proibido. Do La Doctrina Peronista, tiraram a afirmação que mais repetiam a época:
         O Peronismo  não é nem de esquerda, nem de Direita!
         Estava plantada a semente daquilo que  uma década depois seria rebuscadamente rotulado como: Concepção Rômbica do Posicionamento Político e Ideológico.
         Em janeiro, a Seção Guanabara do MN, resolveu protestar contra a reativação do CPC, que instalado na antiga rua República do Paraguai, em Copacabana, abriu as portas do teatro de arena para os espectadores do show opinião. A peça tinha “delícias”, entre elas  a internacional tocada em ritmo de samba. O regime, dirigido por políticos amadores oriundos das casernas, estava totalmente despreparado para enfrentar a bilionária máquina que o movimento comunista internacional havia montado dentro do Brasil. 
         Com o desmantelamento da União Soviética soube-se que no orçamento da URSS eram destinados, só no campo de agitação e propaganda, três dolares per capita anualmente às atividaes do Movimento Comunista Internacional, com vistas ao abocanhamento do Brasil.
         Mais, como dizíamos, naquele verão de 65, o regime operado por militares depreparados para enfrentar um inimigo do porte do que stava sendo enfrentado, nem se perturbou com o que estava havendo naquele teatro. Estava sendo dada ali o primeiro passo na caminhada ruma a deflagração da mais monumental campanha de doutrinação já desencadeada no Brasil.
          Como dizia José Engenieros em El Hombre Mediocre: - a  nação não se confunde com o povo, Nação é a parcela do mesmo que está consciente de sua origem e destino. Em certos estágios do processo civilizatório de um povo a sua parcela mais pura e íntegra, ou seja, a Nação que está gerando, é constituída apenas por um punhado.
          Solitariamente cumpriram seu dever perante a história meia dúzia de jovens militantes que escreveram seu repudio nos cartazes e fachada do teatro, após o que, telefonaram para as redações dos jornais informando sobre a realização do seu protesto.
          O jornal O Globo publicou uma pequena foto e lhe deu o título de Mão de Piche  em Opinião.
 Na  Revista da Editora Civilização Brasileira, uma das incontáveis  publicações a disposição da bilionária máquina do marxismo tupiniquim,  o protesto foi registrado como a investida de estudantes fascistas contra a cultura e atribuiu aos coitados dos incompetentes novos donos do poder (pejorativamente alcunhados de gorilas) uma competência que eles não tinham capacidade histórica e muito menos inteligência política para ter, dando uma dimensão ao gesto o mesmo não merecia. A pichação atraiu milhares de expectadores e serviu como estréia para a utilização de palcos das cidades brasileiras para a divulgação das propostas que seriam lançadas. Tudo nas barbas de um governo despreparado e inerme para se defender.
          A medida que os militantes liam descobriam o quanto esteve perto o Brasil, de ser anexado ao campo comunista e como tão por acaso havia sido o impedimento de que isto ocorresse.
A lenda que se criou depois (e que se repete até hoje) para substituir a verdadeira situação histórica do Brasil naquela época, ignorou o fato de que havia sido por muito pouco que não ocorrera a comunização do Brasil.
J. Edgar Hoover, no seu livro Mestres do Embuste, enfatiza a importância que deve ser atribuída a maior  ou menor porcentagem de membros de um partido comunista em relação ao contingente total de habitantes da nação em que se inseriram. No Brasil a proporção de comunistas militantes no partido era 60 vezes maior (!!!) do que havia sido na Russia em 1917 quando da tomada do poder pelos leninistas. Somente Aarão Reis teve a coragem de tocar no assunto, mas não levou esta reflexão até o fundo e não a deixou  suficientemente clara. A história de um grupo de garotinhos inocentes enfrentando um inimigo goliático,  super preparado, apesar de ridícula prosperou e se transformou em  texto integrante da historiografia oficial.
          Em julho de 65 os jovens arregimentados pela idéia nacionalista, deram mais um grande passo. Criaram a organização que a partir daí defenderia as bandeiras que desfraldavam e denominaram Juventude Nacionalista que se tornou sinteticamente conhecida como JUNAC.
         No segundo semestre do ano, um grupo de estudantes, contatou a JUNAC em Brasília, era constituído basicamente por filhos de oficiais das  Forças Armadas, que discordavam da orientação do governo castelista. Através dos filhos, os militantes da JUNAC contataram os seus pais. Eram pessoas simples que nunca conseguiram ir além de uma formulação doutrinária, jamais atingiram o nível de um patamar ideológico. O objetivo que tinham, de reformar tudo e sanar os erros do movimento de 64, derreteu-se na edição do Ato Institucional nº 2 e o premio de consolação que receberam foi um convite para as suas senhoras comparecerem a um chá com a primeira dama.
O convite que a JUNAC recebeu foi de outro anfitrião e bem menos doce do que um chá quente. Em janeiro de 66, um dos integrantes da Junta Nacional da JUNAC que morava em Brasília, mas se encontrava de férias no Rio, foi intimado a comparecer ao antigo ministério da fazenda, aonde funcionava uma agência do SNI, na Avenida Presidente Antonio Carlos. Recebido por um coronel do exército, nada amistoso, que lhe comunicou laconicamente, que as tentativas de estudantes nacionalistas de  contatarem militares não era bem vinda e não seria admitida e nem aceita pelo governo e que o General Golbery do Couto e Silva fizera questão de determinar, que todos os cabeças da JUNAC fossem rigorosamente acompanhados e punidos com a força necessária para que cessassem suas atividades.
Podemos garantir que Golbery realmente era um homem de palavra. Combateu o nacionalismo com todos os meios que tinha a sua disposição, mas para seu desencanto nunca obteve a vitória que pretendia nas duas décadas seguintes.
         Os Dirigentes Nacionais da JUNAC retrucaram  intensificando seu empenho e o primeiro resultado disso foi o contato com o capitão pára-quedista Sósthenes Lustosa do Amaral Nogueira e o grande prêmio que a história deu a JUNAC foi o privilégio de assistir o nascimento do único grupo militar do período de 64 a 84 que conseguiu obter nível, densidade e galhardia idêntica a das forças armadas na primeira metade do século.
A primeira Brigada pára-quedista foi a maternidade deste grupa mento, lá nasceu a brava CENTELHA NATIVISTA .

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